Futebol: Josep Bartomeu pede renúncia do cargo de presidente do Barcelona
- Adeildo Velôso da Silva
- 28 de out. de 2020
- 2 min de leitura
Dirigente garante que a participação na prova "irá garantir que o clube continuará a ser dos sócios".

Josep Maria Bartomeu anunciou, esta terça-feira, em conferência de imprensa, que apresentou a demissão do cargo de presidente do Barcelona, no seguimento da formalização de uma moção de censura com assinaturas de mais de 16 mil associados.
- Tudo era falso e baseado em interesses políticos e comerciais. Acumulo experiência suficiente para saber em que realidade é preciso viver. Sempre argumentei que nossa autocrítica nos torna mais fortes - disse o, agora, ex-presidente em entrevista coletiva concedida nesta tarde. "O que vivemos nos últimos meses ultrapassa os limites. Eles ameaçaram a mim e minha família".
De acordo com os relatos da imprensa espanhola, o motivo principal para o pedido de renúncia nesta terça-feira foi a não autorização da Generalidade Catalã (governo da Catalunha) para adiar a votação da Moção de Censura.
A continuidade do processo previa um referendo com os sócios votantes do clube em um prazo de no máximo 20 dias úteis após a validação de todas as assinaturas, o que ocorreu no último dia 4 de Outubro. Caso dois terços dos votantes optassem pela moção, a diretoria do Barcelona seria destituída, e novas eleições são convocadas.
Bartomeu e a diretoria do Barcelona optaram pela renúncia em vez de enfrentar todo o processo. O atual mandato do dirigente ia até Junho de 2021. Diante da crise, o próprio presidente havia antecipado as eleições para Março do ano que vem.
- Decidimos não convocar a votação e apresentar a renúncia. Nestas condições, as eleições não podem ser realizadas a curto prazo. A intenção deste Conselho não era permanecer no cargo. O sinal mais óbvio de que não queríamos nos firmar no poder foi convocar as eleições para março. Uma demissão antecipada teria levado o clube a um processo eleitoral e a um vácuo de poder em poucas semanas.
O dirigente disse ter sido "uma honra servir o clube", e surpreendeu tudo e todos ao anunciar que, antes de abandonar a posição, já tratou da burocracia necessária para garantir que os catalães farão parte de uma futura Superliga Europeia.
"Ontem, aprovámos os requerimentos para fazer parte de uma Superliga Europeia. A decisão de jogar a competição terá de ser aprovada na próxima Assembleia", afirmou, citado pelo jornal espanhol Mundo Desportivo.
"Podemos dizer, com orgulho, que somos o melhor clube do mundo do ponto de vista do valor. Conseguimos fazê-lo em antecipação a grandes magnatas e estados, mantendo o clube nas mãos dos sócios", prosseguiu.
"A Superliga Europeia irá garantir que o clube continuará a ser dos sócios. A nossa singularidade faz com que não tenhamos de repartir dividendos e com que os benefícios sejam destinados a investimentos desportivos e patrimoniais", rematou.
Sob o comando dele, a equipe catalã conquistou 13 títulos, dentre os quais incluem quatro edições do Campeonato Espanhol e uma da Liga dos Campeões. No entanto, em 2019/20, terminou uma temporada sem conquistas pela primeira vez desde 2008.
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