Giro d'Itália: João Almeida mostra a força
- Adeildo Velôso da Silva
- 20 de out. de 2020
- 2 min de leitura
"Às vezes, a melhor defesa é o ataque", diz João Almeida.

O português João Almeida (Deceuninck-QuickStep) disse hoje que "às vezes a melhor defesa é o ataque", após uma 16.ª etapa da Volta a Itália em bicicleta na qual reforçou a liderança da geral.
Jan Tratnik, da Bahrain-McLaren, venceu a 16.ª etapa do Giro d'Itália, etapa que serviu para João Almeida ganhar um par de segundos na liderança da 'maglia rosa'.
Tratnik, de 30 anos, cortou a meta ao cabo de 6:04.36 horas, necessários para percorrer os 229 quilómetros entre Udine e San Daniele del Friuli, sete segundos à frente do australiano Ben O'Connor (NTT), segundo, e do italiano Enrico Battaglin (Bahrain-McLaren), terceiro a 1.14 minutos, todos eles integrantes da fuga do dia, que teve quase 30 elementos.
João Almeida, que chegou com o pelotão largos minutos depois de Tratnik, lançou um ataque à chegada, batendo a concorrência e ganhando dois segundos a Wilco Kelderman, o principal concorrente na luta pela liderança, numa demonstração de atitude do ciclista português.

Desta forma, João Almeida passou a somar 17 segundos de vantagem sobre Kelderman e dois minutos e 58 segundos para o terceiro Jai Hindley.
"Não acho que esses segundos façam a diferença. Defensivamente, foi a melhor opção. Costumo ser bom nestes finais explosivos, tinha boas pernas e senti-me bem", atirou.
Essa liderança, que tem paralelo, na equipa belga, com a do francês Julian Alaphilippe na Volta a França de 2019, e um tempo de liderança pouco habitual, no que continua a descrever como "um sonho realizado".
Quer guardar a 'maglia rosa' o máximo de tempo possível e enfrenta, na quarta-feira, um dia "muito difícil", de alta montanha e com chegada em alto, mas espera "ter boas pernas" para bater os candidatos, ou pelo menos um em particular.
"Estou preocupado com Kelderman, porque para os outros tenho uma boa margem", considerou.
Almeida comentou ainda o teste positivo ao novo coronavírus do colombiano Fernando Gaviria (UAE Emirates), depois de o 'sprinter' já ter contraído a covid-19 em Março, tendo abandonado o Giro.
"É muito, muito azar, e logo a segunda vez. Desejo-lhe o melhor e que passe bem", declarou o jovem de 22 anos.
A "preocupação" com possíveis infeções foi outro dos temas levantados após o segundo e último dia de descanso, com o ciclista natural de A-Dos-Francos (Caldas da Rainha) a asseverar que toda a equipa tem tentado "proteger-se" e não perder a 'corsa rosa' "quando está bem, depois há um teste positivo e é preciso abandonar".
Na quarta-feira, a 17.ª de 21 etapas liga Bassano del Grappa a Madonna di Campiglio em 203 quilómetros, com três contagens de montanha de primeira categoria, a última delas a coincidir com a meta.
"Vamos ver quão longe posso ir. Estou confiante e a esperar o melhor, mas preparado para o pior", comentou.


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