Giro d'Itália: Pela primeira vez em 103 anos há um empate na liderança
- Adeildo Velôso da Silva
- 24 de out. de 2020
- 2 min de leitura
Hindley e Hart têm o mesmo tempo à entrada da última etapa, um contra relógio em Milão. João Almeida mostra a alma e recupera segundos.

O australiano Jai Hindley, novo líder da geral, e o britânico Tao Geoghegan Hart (INEOS), hoje vencedor da 20.ª etapa, entram empatados no contra relógio que encerra domingo a Volta a Itália em bicicleta.
Hart, que já tinha vencido, completou os 190 quilómetros entre Alba e Sestriere em 4:52.45 horas, à frente do rival na luta pela vitória final, com o australiano Rohan Dennis (INEOS) em terceiro a 25 segundos.
Almeida cortou a meta em quarto a 1.01 minutos e conseguiu ganhar tempo, não só ao antigo camisola rosa, o holandês Wilco Kelderman (Sunweb), mas também ao espanhol Pello Bilbao (Bahrain-McLaren).
O ciclista português protagonizou uma reta final impressionante, ao ataque, e acabou por terminar a uma distância de 1.01 minutos do vencedor, Tao Geonghegan Hart, pelo que parte para a última etapa com sérias hipótese de 'atacar' o quarto lugar.
Hindley lidera com o mesmo tempo de Hart, seguindo-se Kelderman no terceiro posto, a 1.32 minutos, Bilbao em quarto e Almeida a fechar o ‘top 5', a 1.18 do holandês e a 23 do espanhol.
Hart assumiu o papel de líder improvável de uma INEOS que perdeu Geraint Thomas devido a queda, mas viu Filippo Ganna vencer três etapas, além do equatoriano Jhonatan Narváez, outra.
O britânico triunfou na 15.ª etapa e hoje somou novo triunfo, mas ao contar com um ‘super' Rohan Dennis, primeiro no Stelvio e hoje na tripla subida a Sestriere, transformou-se no candidato mais provável à vitória final.
Pela primeira vez em 103 anos de história, dois ciclistas chegam à decisão final empatados em tempo, após um dia ‘louco', com uma fuga em que o colombiano Einer Rubio (Movistar) foi dos mais inconformados e na qual começou a desenhar-se a estratégia de João Almeida.
A fuga do dia teve entre si alguns nomes invulgares, com destaque para o francês Arnaud Démare (Groupama-FDJ), um de vários ‘sprinters' que tentaram a sorte, este a vencer um dos ‘sprints' intermédios para garantir matematicamente a conquista da classificação por pontos, levando para casa a ‘maglia ciclamino'.
Três companheiros de equipa de João Almeida da Deceuninck-QuickStep saltaram para a frente da corrida, e ainda por lá andavam a 30 quilómetros do final, quando o trio que acabou por liderar a classificação da etapa deixou Kelderman, Almeida, Bilbao e outros favoritos para trás.
Daí para a frente, Hindley ainda bonificou num ‘sprint' intermédio e por quatro vezes tentou atacar os INEOS, mas Hart não cedeu e, embora tenha perdido a rosa apenas por desempate, vai chegar favorito a Milão.
O outro português em prova, Ruben Guerreiro (Education First), voltou a estar em bom plano, ao acabar o dia no 13.º posto, após ter dado nova mão a João Almeida, e tem já assegurada a classificação da montanha, desde que complete o Giro, seguindo no 33.º lugar da geral.
No domingo, a 21.ª e última etapa apresenta um contrarrelógio de 15,7 quilómetros que começa em Cernusco sul Naviglio e termina em Milão, para consagrar o vencedor da 103.ª edição do Giro.


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