Belarus: Lukashenko afirma que deixará presidência após reformas constitucionais
- Adeildo Velôso da Silva
- 28 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
O Presidente da Bielorrússia afirmou hoje que deixará de liderar o país depois da aprovação das reformas constitucionais, que propôs para acalmar os protestos contra o governo que se sucedem desde as presidenciais de agosto na ex-república soviética.

"Não estou a fazer uma Constituição à minha medida. Com a nova Constituição já não servirei como Presidente", declarou Alexander Lukashenko durante a visita a um hospital onde tratam doentes com o novo coronavírus, citado pela agência BELTA.
O Presidente, declarado vencedor das eleições presidenciais, consideradas fraudulentas pela oposição e pelo Ocidente, criticou os contestatários que "atacam o presidente e a vertical do poder" no país.
Lukashenko, eleito para um sexto mandato presidencial, defendeu que "a vertical do poder" existente na Bielorrússia é a coluna que permitiu evitar o colapso do país.
Disse igualmente que o país possui uma "Constituição muito importante", tal como o Cazaquistão e a Rússia. "Somos três Estados avançados que têm uma Constituição importante, na qual tudo depende da decisão do presidente", adiantou o presidente bielorrusso.
As alterações constitucionais devem conduzir a uma lei fundamental "benéfica para o país", mas o seu objetivo não é trazer "mais democracia", declarou.
Lukashenko, seu filho Viktor e treze outras autoridades bielorrussas foram oficialmente adicionados a uma lista de sanções da União Europeia por conta da forma como os protestos foram reprimidos pelo exército.
Por outro lado, o governo de Vladimir Putin disse que a Rússia está preparada para proteger o país – uma ex-república soviética – em caso de qualquer tentativa de interferência internacional.
A oposição bielorrussa qualificou a proposta de Lukashenko de "imitação de democracia", considerando que o presidente apenas tentava prolongar o seu poder e desviar a atenção das "eleições roubadas" que desencadearam os maiores protestos no país desde a desintegração da URSS no início dos anos 1990.
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