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Belarus: Mais um domingo de protestos

O país vem enfrentando uma onda de manifestações inédita desde 9 de Agosto, após Alexander Lukashenko ter sido reeleito pela 6ª vez em uma eleição considerada fraudulenta pela oposição.

Cerca de 250 manifestantes foram detidos neste domingo (13) em um protesto em Minsk, capital de Belarus, de acordo com o Ministério do Interior.

O país vem enfrentando uma onda de manifestações inédita desde 9 de Agosto, após Alexander Lukashenko, no poder há 24 anos, ter sido reeleito pela sexta vez. A oposição acusa o processo eleitoral de ter sido fraudulento. Ele nega qualquer irregularidade.

Enormes multidões se reuniram na capital bielorrussa, Minsk, mas manifestações foram registadas também em outras cidades, em meio à onda de protestos que tomou as ruas do país do Leste Europeu desde a controversa eleição presidencial.

Um grande contingente de policiais e militares esteve nas ruas de Minsk, muitos deles bloqueando a famosa Praça da Independência, palco de manifestações anteriores, e as vias de acesso a ela. Cenas semelhantes foram vistas no Palácio da República, um importante edifício do governo. Ruas laterais também estavam lotadas de agentes de segurança e veículos para o transporte de detidos.

Um vídeo publicado no site de notícias bielorrusso Tut.by mostrou oficiais mascarados, alguns uniformizados, outros à paisana, arrancando das ruas manifestantes que se reuniam para o protesto, muitas vezes empurrando, arrastando e socando-os.

"Cerca de 250 pessoas foram detidas em vários distritos da capital", informou o Ministério do Interior em comunicado, dizendo que elas carregavam bandeiras e cartazes com mensagens consideradas "ofensivas".

O acesso à internet móvel estava limitado na região, e as estações de metro do centro de Minsk, fechadas. Antes do protesto, autoridades foram vistas movendo viaturas policiais, veículos militares e arame farpado para o centro da capital.

Apesar das violentas detenções, jornalistas presentes estimam que ao menos 100 mil pessoas estiveram reunidas na cidade para a manifestação deste domingo, batizada de "Marcha dos Heróis", em homenagem a líderes oposicionistas como Maria Kolesnikova, que foi presa acusada de atentar contra a segurança nacional, após resistir a uma tentativa de deportação forçada e rasgar seu passaporte.

"Eu saí às ruas por liberdade, e vou protestar até a conquistarmos por meios pacíficos", disse um manifestante de 60 anos à agência de notícias AFP. "[Lukashenko] sempre mentiu para nós."

Este é o quinto domingo consecutivo de protestos no país. A cada manifestação, 100 mil pessoas vão às ruas, mesmo com a repressão da polícia. Lukashenko costuma negar a pandemia do coronavírus, já chamou o lockdown de "psicose" e disse que combatia o coronavírus indo à sauna e bebendo vodka.

O ato deste domingo, cujo slogan foi "Não vamos deixá-lo vender o país", ocorre na véspera do primeiro encontro cara a cara entre Lukashenko e seu aliado presidente russo, Vladimir Putin, desde o início das manifestações. A reunião ocorrerá na segunda-feira no resort de Sochi, no Mar Negro.

Analistas afirmam que Putin pode tentar explorar a vulnerabilidade política do líder bielorrusso para arrancar concessões dele, mas qualquer acordo que comprometa a soberania e a independência de Belarus só deve enfurecer ainda mais os manifestantes.

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