Belarus: Manifestantes em Belarus mantêm pressão sobre Lukashenko
- Adeildo Velôso da Silva
- 21 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Dezenas de milhares de pessoas concentraram-se hoje em Minsk, na Bielorrússia, para um novo protesto contra a reeleição do Presidente Alexandre Lukashenko.

Vestidos de vermelho e branco, as cores da oposição, os manifestantes marcharam na Avenida dos Vencedores e dirigiram-se à tarde em direção ao Palácio da Independência, residência de Alexandre Lukashenko, no noroeste da capital.
A Bielorrússia tem sido palco de várias manifestações desde 09 de Agosto, quando Alexander Lukashenko conquistou um sexto mandato presidencial, numas eleições consideradas fraudulentas pela oposição e parte da comunidade internacional.
Nos primeiros dias de protestos, a polícia deteve cerca de 7.000 pessoas e reprimiu centenas de forma musculada, suscitando protestos internacionais e ameaça de sanções.
Os Estados Unidos, a União Europeia e diversos países vizinhos da Bielorrússia rejeitaram a recente vitória eleitoral de Lukashenko e condenaram a repressão policial, exortando Minsk a estabelecer diálogo com a oposição.
No poder por 26 anos, o ex-funcionário soviético não mostra intenção para renunciar, uma vez que tem apoio da Rússia.
A União Europeia prometeu impor sanções a Minsk por supostas fraudes eleitorais e abusos dos direitos humanos.
Junto aos protestos, hackers vazaram dados pessoais de mil policiais em retaliação pela repressão, com milhares de pessoas detidas, muitas reclamando de espancamentos e tortura na prisão.
O governo negou ter abusado de detidos.
A lealdade das forças de segurança é crucial para a capacidade de Lukashenko de se manter no poder. Seus rostos costumam ser cobertos por máscaras, balaclavas ou capacetes. Alguns manifestantes arrancaram as máscaras de alguns policiais.
"À medida que as prisões continuam, continuaremos a publicar dados em grande escala", disse um comunicado distribuído pelo canal de notícias da oposição Nexta Live.
O governo disse que vai encontrar e punir os responsáveis pelo vazamento dos dados, que foram amplamente distribuídos nos canais do Telegram na noite de sábado.
O governo disse que 390 mulheres foram detidas por participarem de um protesto no sábado. A maioria foi liberada.
A Rússia vê Belarus como estratégico contra UE e a Otan e acusou os Estados Unidos de fomentar a revolução em seu vizinho.
Moscou concordou em conceder um empréstimo de 1,5 bilhão de dólares para apoiar o governo de Lukashenko após uma reunião entre ele e o presidente russo, Vladimir Putin.
Na sexta-feira(18), o Conselho de Direitos Humanos da Nações Unidas aprovou uma resolução que pede ao Governo da Bielorrússia para pôr fim à violência contra os manifestantes que contestam o resultado das eleições presidenciais.
A resolução, aprovada com 23 votos a favor, dois contra e 22 abstenções, apela às autoridades bielorrussas para "cessarem o uso excessivo da força contra manifestantes pacíficos, incluindo tortura e outros tratamentos cruéis e desumanos", bem como ao fim das detenções arbitrárias por motivos políticos.
Alvo de mais de seis semanas de protestos que exigem a sua renúncia ao cargo, Alexander Lukashenko anunciou na quinta-feira que iria colocar as tropas em alerta máximo e fechar as fronteiras do país com a Polónia e Lituânia.
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