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Belarus: Mulheres voltam a manifestar

A polícia de Belarus usou violência para acabar com um protesto de mulheres na capital de Minsk neste sábado (12) e anunciou a detenção de dezenas delas, em um novo dia de protestos contra o regime.

Centenas de mulheres voltaram a se reunir neste sábado (12) no centro de Minsk, capital de Belarus, para protestar contra o governo de Alexander Lukashenko. Grupo de direitos humanos afirma que dezenas de pessoas foram detidas.

As mulheres atenderam a uma convocação de protesto pacífico no centro da cidade.

Alguns manifestantes batiam panelas enquanto gritavam "Devolvam Masha", em referência à líder da oposição Maria Kolesnikova, de 38 anos, que foi presa nesta semana na fronteira com a Ucrânia. Ela resistiu à expulsão do país rasgando o seu passaporte.

Cerca de 10.000 mulheres desfilaram ruidosamente pelo centro da capital bielorrussa para exigir o afastamento de Lukashenko, no trigésimo quinto dia consecutivo de protestos contra o regime autoritário do homem que dirige o país com mão de ferro há 26 anos.

Quando as mulheres chegavam à Praça da Liberdade de Minsk, homens encapuzados tentaram deter algumas delas, que resistiram. O grupo de defesa dos direitos humanos Viasna afirma que 30 manifestantes foram detidos.

A porta-voz do ministério do Interior, Olga Chemodanova, confirmou à AFP que mulheres foram detidas, mas não revelou detalhes.

A onda inédita de protestos no país começou em 9 de Agosto, após o mandatário ter sido reeleito pela 6ª vez, em uma eleição considerada fraudulenta pela oposição. Desde o início dos protestos, mais de 7 mil pessoas foram detidas. A maioria delas já foi liberada.

Inicialmente, as mulheres eram relativamente poupadas pelas forças de segurança, mas, com o tempo, passaram a também ser alvo de agentes mascarados.

Até momento, Lukashenko se recusa a dialogar. Em Agosto, as autoridades bielorrussas abriram uma investigação criminal contra membros do Conselho de Coordenação, que são acusados de atentar contra a segurança nacional ao pedir a transferência do poder.

Os principais líderes da oposição estão presos ou exilados. Svetlana Tikhanovskaya, que ficou em segundo lugar na eleição presidencial, está na Lituânia.

Na segunda-feira (14), Lukashenko viajará à Rússia para participar de uma reunião com o presidente Vladimir Putin. O encontro acontece em um momento em que o líder bielorrusso busca aprofundar suas relações com o país vizinho para superar a pressão interna.

A relação entre os dois países vinha estremecida desde o fim de 2019 quando a Rússia suspendeu a venda de petróleo para Belarus com preço abaixo dos de mercado. Na época, o governo de Lulashenko se recusava a abrir mão de aspectos que considerava sensíveis à soberania nacional.

Antes da eleição, Lukashenko chegou a acusar os russos de tentarem interferir no pleito. No entanto, após o aumento da tensão provocada pela onda de protestos, ele voltou a se aproximar do aliado histórico. Há algumas semanas, Putin afirmou estar pronto a enviar forças policiais ao país para conter os manifestantes.

Numa entrevista encenada com jornalistas pró-governamentais, esta semana, o presidente bielorrusso admitiu vagamente que está sentado na cadeira do poder há muito tempo, mas descartou qualquer intenção de ceder as rédeas do país.


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