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Bielorrússia: Dirigente da oposição pode ter sido raptada

Uma dirigente da oposição na Bielorrússia poderá ter sido hoje detida, anunciou o portal bielorrusso Tut.by, citando testemunhas que dizem ter visto desconhecidos a levar Maria Kolesnikova numa carrinha, em Minsk.

"Na manhã do dia 7 de setembro, próximo do Museu Nacional de Arte, desconhecidos colocaram Kolesnikova numa carrinha na qual estava escrita a palavra 'Sviaz' (Comunicações) e levaram-na para um local desconhecido", refere o portal.

Kolesnikova, membro do Conselho de Coordenação para a transferência pacífica do poder na Bielorrússia, é uma das principais figuras da oposição bielorrussa no país e uma das poucas que escolheram não se exilar no estrangeiro.

Uma testemunha falou ao portal e explicou que ouviu “o barulho de um telemóvel a cair no chão”. “Virei-me e vi que pessoas à civil e de máscaras estavam a empurrar Maria para dentro dessa carrinha. O telemóvel dela voa, uma dessas pessoas atende o telefone e salta para dentro da carrinha e arrancam”, explicou, adiantando que não filmou o sucedido porque estava muito próxima e teve receio de ser detida.

O alegado rapto foi também confirmado pelo Conselho de Coordenação. “Recebemos informação de que Maria (Kolesnikova) foi provavelmente detida no centro de Minsk”, afirmou à agência de notícias russa Interfax o membro do Conselho de Coordenação Pavel Latushko, acrescentando que também não consegue contactar outros ativistas do organismo. Um deles é o porta-voz do Conselho, Anton Rodnenkov, que pouco depois das 10h00 locais confirmou o desaparecimento de Maria ao portal. Às 11h00 o seu telemóvel ficou indisponível.

"Não conseguimos comunicar com Anton Rodnenkov nem com Ivan Kravtsov. Não sabemos onde estão nem o que lhes aconteceu", disse Latushko.

"A única coisa que podemos supor é que as autoridades farão tudo o que puderem para impedir o trabalho do Conselho", adiantou.

A Polícia de Minsk negou que Kolesnikova tenha sido detida por agentes da corporação.

Kolesnikova, música de profissão, é a única das três mulheres que enfrentaram o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, na campanha para as presidenciais que continua em Minsk, já que a líder da oposição, Svetlana Tikhanovskaya, e Veronika Tsepkalo partiram para o exílio depois das eleições de 9 de Agosto.

"Conheço muito bem os últimos 26 anos da história da Bielorrússia. Foi uma escolha e um risco que assumi com todas as consequências. Mas o futuro da Bielorrússia merece que se lute e que sacrifiquem algumas comodidades. Não me arrependo", concluiu.

A líder da oposição na Bielorrússia, Svetlana Tikhanovskaya, que se exilou na Lituânia após o escrutínio, exigiu na sexta-feira perante o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas o uso de "todos os mecanismos", incluindo sanções, para terminar a violência e as "violações dos direitos humanos" do Governo de Minsk.

O chefe da diplomacia da UE classificou esta como “inaceitáveis” os “raptos por motivos políticos” de opositores na Bielorrússia, exigindo que as autoridades respeitem as leis nacionais e internacionais.

“As detenções arbitrárias e raptos por motivos políticos na Bielorrússia, incluindo as ações brutais desta manhã contra Andrei Yahorau, Irina Sukhiy e Maria Kolesnikova, são inaceitáveis”, vinca o Alto Representante da UE para a política externa, Josep Borrell, numa publicação feita no Twitter.

Nos primeiros dias de protestos, a polícia deteve cerca de 7000 pessoas e reprimiu centenas de forma musculada, suscitando protestos internacionais e ameaça de sanções.

Os Estados Unidos, a União Europeia e diversos países vizinhos da Bielorrússia rejeitaram a recente vitória eleitoral de Lukashenko e condenaram a repressão policial, exortando Minsk a estabelecer um diálogo com a oposição.

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