Brasil: Bolsonaro afasta senador flagrado com dinheiro na cueca da vice-liderança do governo
- Adeildo Velôso da Silva
- 16 de out. de 2020
- 2 min de leitura
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) solicitou hoje, por volta das 12h20, a dispensa do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) da função de vice-líder do governo no Senado. A saída acontece "em atenção ao pedido" de Rodrigues, segundo mensagem direcionada ao Senado publicada em edição extra do Diário Oficial da União.

A Polícia Federal encontrou dinheiro na cueca e nas nádegas de Rodrigues ontem, durante operação em Boa Vista que apura desvios de recursos públicos destinados ao combate à pandemia de covid-19. Ao todo, os valores descobertos na casa do senador chegariam a R$ 100 mil, segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo.
"Nos termos do art. 66-A do Regimento Interno dessa Casa do Congresso Nacional, em atenção ao pedido do Senhor Senador Francisco de Assis Rodrigues, solicito providências para a sua dispensa da função de Vice-Líder do Governo no Senado Federal", diz o texto publicado no DOU.
A permanência de Chico Rodrigues como vice-líder do governo era vista como insustentável. A expectativa era de que, se não pedisse para sair, seria retirado da função para não prejudicar mais ainda a imagem do governo.
Ele era um dos três vice-líderes do governo no Senado, os outros são Eduardo Gomes (MDB-TO) e Elmano Férrer (PP-PI).
Em nota enviada à imprensa após a saída de Chico Rodrigues, o Palácio do Planalto afirmou que a ação da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União) que flagrou o senador com dinheiro "é a comprovação da continuidade do governo no combate à corrupção em todos os setores da sociedade brasileira, sem distinção ou privilégios".
Em conversa com apoiadores ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta quinta-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro disse que está sendo acusado de não combater a corrupção por ter nomeado Chico Rodrigues (DEM-RR) como vice-líder do governo no Senado.
"Vocês estão há quase dois anos sem falar em corrupção no meu governo. O meu governo são os ministros, estatais e bancos oficiais, esses são o meu governo", disse.
O presidente admitiu que há desvios de dinheiro público, mas enfatizou que não há corrupção em seu governo. "Lamento os desvios de recursos", disse.
Segundo ele, o fato da Controladoria-Geral da União (CGU) também participar da apuração demonstra a preocupação do governo com o problema.
"Nós estamos combatendo a corrupção, não interessa quem seja a pessoa suspeita. A operação de ontem é fator de orgulho para o meu governo, para o meu ministro Wagner Rosário, para a minha PF [Polícia Federal]."
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