Brasil: Bolsonaro diz que pandemia foi "superdimensionada"
- Adeildo Velôso da Silva
- 15 de out. de 2020
- 3 min de leitura
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, classificou hoje de "superdimensionada" a pandemia de covid-19, que já matou quase 151 mil pessoas no Brasil e infetou mais de cinco milhões no país sul-americano.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 4ª feira (14) que a pandemia de covid-19 no Brasil foi superestimada. A declaração foi feita durante discurso na cerimônia de posse da nova diretoria da Firjan (Federação das Industrias do Rio de Janeiro).
Bolsonaro defendeu que o vírus e o desemprego deveriam ter sido tratados de forma igual e simultânea.
"Entramos em 2020 e tivemos o problema da pandemia que, no meu entendimento, foi superdimensionada. Desde o começo, falei que nós tínhamos dois problemas pela frente: a questão do vírus e o desemprego, e que eles deveriam ser tratados com a mesma responsabilidade simultaneamente", disse Bolsonaro.
"Se nós, e parte do empresariado, tivéssemos embarcado na onda do 'fique em casa, que a questão da economia vemos depois', com toda a certeza estaríamos numa situação bastante complicada no momento", acrescentou o mandatário, que desde o inicio da pandemia se mostrou um dos chefes de Estado mais céticos em todo o mundo em relação à gravidade da covid-19.
O Brasil é o 2º país do mundo com mais mortes por covid-19. Só os Estados Unidos têm mais vítimas: 220.694. Até as 18h30 dessa 3ª feira (13), o país tinha pelo menos 150.998 mortes por covid-19.
Desde a chegada da pandemia ao Brasil, Bolsonaro causou polémica ao provocar aglomerações, defender a reabertura económica, não usar máscara em locais públicos e criticar governadores e prefeitos que decretaram medidas de isolamento social em vários estados do país.
No evento de hoje da Firjan, o Presidente do Brasil elogiou ainda o atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que, segundo Bolsonaro, foi nomeado não por ser um general, mas por ser, "em especial, um grande gestor".
"Na questão da saúde também tivemos algum sucesso em relação ao resto do mundo, em especial quando colocamos um general no Ministério da Saúde. Não por ser general, mas por ser, em especial, um grande gestor, que está fazendo um trabalho excecional nessa área", disse o chefe de Estado, referindo-se a Pazuello, o seu terceiro ministro da Saúde.
General do Exército, Pazuello assumiu em Abril a função de secretário executivo da Saúde, segundo cargo mais alto da hierarquia ministerial, após o oncologista Nelson Teich assumir o Ministério, em substituição de Luiz Henrique Mandetta, exonerado após ter discordado publicamente de Bolsonaro na condução das medidas de combate ao novo coronavírus.
Contudo, poucas semanas depois, Teich pediu demissão, tendo Pazuello assumido interinamente a liderança do Ministério da Saúde, situação bastante criticada no país, devido à falta de especialização do militar em questões de saúde.
Em 16 de Setembro, Eduardo Pazuello tomou posse como ministro da Saúde do Brasil, após quatro meses a liderar interinamente a tutela durante a pandemia da covid-19 no país.
Sob a gestão do general, o Ministério da Saúde mudou as diretrizes, para que a população procurasse a rede de saúde quando sentisse qualquer sintoma da doença, mesmo que fosse ligeiro.
Pazuello é o nono ministro que saiu das fileiras militares no Governo de Bolsonaro.
Mais cedo, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que dará “uma voadora no pescoço” de quem se envolver com corrupção em seu governo.
“Polícia Federal tá lá em Roraima hoje. Para mim não tem [operação], para investigar o meu governo não tem porque a gente botou gente lá realmente comprometida com a honestidade, com o futuro do Brasil. Se acontecer alguma coisa, a gente bota para correr, dá uma voadora no pescoço dele, mas eu não acredito que haja no meu governo”, disse.
Comments