Brasil: Eduardo Paes eleito prefeito do Rio de Janeiro
- Adeildo Velôso da Silva
- 30 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
O candidato do partido de centro-direita Democratas Eduardo Paes foi hoje eleito prefeito da cidade brasileira do Rio de Janeiro, pela terceira vez, com cerca de 64% dos votos, derrotando o atual autarca, Marcelo Crivella.

O resultado foi confirmado ao início da noite pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil, após 96,4% das urnas apuradas.
Eduardo Paes (51 anos), que já foi prefeito do Rio de Janeiro por dois mandatos consecutivos, entre 2009 e 2017, numa gestão que lhe valeu várias acusações por corrupção, conseguiu manter a vantagem sob Crivella, do partido Republicanos (centro-direita), que tentava a reeleição no cargo, mas que conseguiu apenas cerca de 35,7% das preferências dos "cariocas", na segunda volta das eleições municipais.
Paes é formado em direito, foi vereador (1996 a 1999) e deputado federal (1999 a 2007). Também atuou como secretário de Turismo, Desporto e Lazer do estado do Rio de Janeiro (2007 a 2008), na gestão do ex-governador Sérgio Cabral.
Foi sob a sua alçada, como prefeito, que a cidade do Rio de Janeiro recebeu um evento de grande influência: a organização dos Jogos Olímpicos de 2016.
Contudo, o seu percurso político foi manchado após tornar-se réu por crimes de corrupção, falsidade ideológica eleitoral e branqueamento de capitais e, em setembro, a sua casa foi alvo d busca e apreensão.
Segundo o Ministério Público, Paes recebeu cerca de 10,8 milhões de reais (1,69 milhões de euros, no câmbio atual) em subornos de executivos da construtora brasileira Odebrecht entre Junho e Setembro de 2012.
O ex-prefeito classificou a operação contra ele como uma "tentativa clara de interferência do processo eleitoral".
No seu plano de governo para 2021-2025, Paes lista 12 objetivos centrais, como a restauração da qualidade de serviços básicos: saúde, educação e transportes.
Segundo Paes, a recuperação da situação financeira passa pelo pagamento dos salários em dia e "a retomada dos sistemas de meritocracia".
Entre as promessas de campanha para este novo mandato, Paes focou-se na questão da Saúde, propondo investimentos em recursos humanos para resolver os problemas sanitários.
O prefeito recém-eleito prometeu ainda a contratação de milhares de profissionais da área de Saúde para atender nas unidades hospitalares públicas da região.
Em relação à segurança, um dos principais problemas do Rio de Janeiro, Paes prometeu dar prioridade aos profissionais da Guarda Municipal. A proposta é qualificar os agentes e introduzir até 2022 um sistema de prémios de acordo com a produtividade e desempenho individuais.
Para Marcelo Crivella, um dos maiores derrotados da segunda volta das municipais, não foi suficiente o apoio público do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que chegou a apelar ao voto a favor do atual prefeito.
Crivella, que ao longo da campanha eleitoral procurou evidenciar os laços evangélicos e o cargo que ocupou de bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), fundada pelo tio, Edir Macedo, também não escapou a acusações de corrupção, tendo sido acusado em setembro, pelo Ministério Público, de chefiar um esquema de peculato, fraude e branqueamento de capitais.
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