Brasil: Embraer demite 900 funcionários, devido devido a pandemia
- Adeildo Velôso da Silva
- 3 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Empresa anunciou 900 cortes, que irão se somar aos 1,6 mil desligamentos de funcionários que aderiram a um Plano de Demissão Voluntária. Embraer diz que medida é decorrente dos impactos causados pela Covid-19 e pelo cancelamento da parceria com a Boeing.

A Embraer anunciou, nesta quinta-feira (3), a demissão de 2,5 mil funcionários nas fábricas no Brasil. A empresa alega que a medida é consequência dos impactos causados pela pandemia de Covid-19 e pelo cancelamento da parceria com a Boeing.
"O objetivo é assegurar a sustentabilidade da empresa e sua capacidade de engenharia", justificou a Embraer no comunicado. A empresa diz que a pandemia afetou em especial suas operações na aviação comercial, alvo do fracassado acordo com a Boeing. No primeiro semestre de 2020, as entregas de aviões apresentaram queda de 75% em relação ao mesmo período do ano passado.
A Embraer admite que a situação se agravou com a duplicação de estruturas para atender à separação da aviação comercial, "em preparação à parceria não concretizada por iniciativa da Boeing, e pela falta de expectativa de recuperação do setor de transporte aéreo no curto e médio prazo".
A Embraer acusou a Boeing, que também atravessa uma crise por causa da pandemia e pelas falhas em seu avião 737 MAX, de ter fabricado falsas alegações para justificar o fim do acordo na área de aviação comercial.
Para garantir sua sustentabilidade, a empresa brasileira conseguiu um empréstimo de US$ 600 milhões com o BNDES e um pool de bancos.
Segundo a empresa, os cortes foram feitos com o "objetivo de assegurar a sustentabilidade da empresa e sua capacidade de engenharia". Desde o início da pandemia, a Embraer adotou uma série de medidas como férias coletivas, redução de jornada, lay-off ( suspensão temporária de contratos) e licença remunerada.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos afirma que foi pego de surpresa com as demissões. O órgão considera as demissões anunciadas nesta quinta ilegais e promete ir à Justiça para tentar reverter as demissões.
O Ministério Público do Trabalho apura denúncias recebidas de funcionários da Embraer que relatam pressão para aderir ao Plano de Demissão Voluntária.
Uma campanha incentivando a denúncia de casos de assédio em relação ao Plano de Demissão Voluntária foi iniciada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, que encaminhou os denunciantes ao MPT. Segundo o sindicato, 15 trabalhadores foram orientados a procurar o Ministério Público do Trabalho, que recebeu três denúncias até o fim de Agosto.
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