Colômbia: Governo pede perdão
- Adeildo Velôso da Silva
- 12 de set. de 2020
- 2 min de leitura
A morte do advogado Javier Ordóñez, de 46 anos, pai de dois filhos, desencadeou os protestos. Ele foi preso por dois policiais, que o jogaram ao chão. Os agentes então lhe aplicaram choques com uma arma eléctrica, alguns deles por vários segundos.

O ministro da Defesa da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, pediu perdão público nesta sexta-feira (11) pela brutalidade policial que custou a vida de um homem. O caso desencadeou protestos que deixaram 11 mortos.
"A Polícia Nacional pede perdão por qualquer violação da lei, ou desconhecimento das normas, em que tenha incorrido qualquer um dos membros da instituição", declarou o ministro.
A defesa da vítima afirma que os policiais "massacraram" Ordóñez a golpes, no posto policial para onde ele foi levado. Lá, foi submetido a repetidos choques com uma arma eléctrica.
"Tenho as fotos de como a vítima ficou. Javier foi massacrado. Cometeu-se um crime de homicídio agravado e um delito de tortura pelo menos, um abuso de autoridade", declarou o advogado Vadith Gómez à Blu Rádio.
O certificado de óbito não foi revelado, mas veículos da imprensa local disseram ter tido acesso a informações que confirmam a declaração do advogado da defesa.
Enquanto avança a investigação penal na Procuradoria, a polícia abriu um processo interno contra dois agentes "pelo suposto delito de abuso de autoridade e de homicídio", acrescentou Holmes Trujillo.
Também "se decidiu suspender outros cinco policiais", completou.
A morte de Ordóñez, um engenheiro que estava perto de concluir seus estudos de Direito, deflagrou violentos protestos contra a violência policial, além de desencadear uma onda de ataques contra postos de polícia em Bogotá.
Esses recentes episódios de brutalidade policial na Colômbia devem ser alvo de uma investigação "profunda e rápida", defendeu o porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, nesta sexta.
"Apoiamos os apelos a todas as partes para que mantenham a paz e a calma e construam confiança, para evitar uma escalada", completou.
Stano disse ainda que "o direito ao protesto pacífico é essencial a toda democracia e começa com uma recusa inequívoca de qualquer ato de vandalismo e violência que se proponha a gerar medo e desordem".
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