Covid-19: Johnson & Johnson anuncia testes finais de vacina
- Adeildo Velôso da Silva
- 23 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Etapa deverá incluir até 60 mil voluntários em 8 países, inclusive no Brasil, e aceitará participantes acima dos 60 anos e com doenças preexistentes. Anvisa já havia autorizado testes da imunização no país, com previsão de ao menos 7 mil voluntários.

Os testes ocorrerão no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, África do Sul e nos Estados Unidos.
A Johnson & Johnson anunciou esta quarta-feira que irá começar os testes da fase 3, última etapa de desenvolvimento da sua vacina contra a Covid-19, que deverá incluir até 60 mil voluntários em oito países.
A vacina da Johnson, cujo nome oficial é Ad26.COV2.S, foi desenvolvida pela farmacêutica Janssen Pharmaceuticals, que pertence ao grupo, e será aplicada em dose única em metade dos voluntários. A outra metade receberá um placebo (substância inativa) e servirá de grupo controle.
“Se os resultados forem positivos, a empresa espera poder registar um pedido de autorização de emergência junto da Agência de Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) no início de 2021”, divulgou a empresa, em comunicado.
A Johnson & Johnson, que está empenhada em distribuir a vacina sem ter lucro, enfatizou que “continua a aumentar a sua capacidade de produção” e ainda espera ser capaz de entregar um bilião de doses da vacina por ano.
Nos testes de fase 1 e 2, que testam a segurança e a eficácia de uma vacina, os cientistas tentam identificar efeitos adversos graves e se a imunização foi capaz de induzir uma resposta imune, ou seja, uma resposta do sistema de defesa do corpo. A vacina da Johnson demonstrou segurança e induziu resposta imune nas fases 1 e 2.
Os testes de uma vacina têm, normalmente, dezenas (fase 1) ou centenas (fase 2) de voluntários, e são conduzidas separadamente. Já a fase 3 costuma ter milhares de participantes. Na pandemia, por causa da urgência em achar uma imunização da Covid-19, várias empresas têm realizado mais de uma etapa ao mesmo tempo.
Antes de começar os testes em humanos, as vacinas são testadas em animais, normalmente em camundongos e macacos.
Desde Junho, o Brasil participa no programa de testes de um imunizante contra a covid-19 desenvolvido pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca, numa parceria que envolve a Fundação Oswaldo Cruz.
O Instituto Butantan, organização científica vinculada ao governo regional de São Paulo, também firmou uma parceria com o laboratório chinês Sinovac para testar outra vacina, batizada de Coronavac, num acordo que inclui também a transferência de tecnologia e produção do medicamento caso a sua eficácia seja comprovada.
Também estão em testes no país duas opções de vacina desenvolvidas pelas empresas BioNTech e Pfizer.
O Brasil poderá ainda testar outra vacina desenvolvida pelo Governo Russo, batizada de SputnikV, a partir de um acordo de cooperação que está a ser discutido pelo governo do estado do Paraná com o Governo russo. Ainda não há autorização da Anvisa para a realização destes testes.
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