Espanha: Moradores de Madrid protestam contra restrições
- Adeildo Velôso da Silva
- 21 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Pessoas afetadas pelas restrições de mobilidade impostas para conter a pandemia, protestaram por considerarem as medidas 'segregacionistas'.

Presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, vai esta segunda-feira reunir com a presidente da comunidade madrilena.
De acordo com a Federação das Associações de Moradores de Madrid (FRAVM, sigla em castelhano), num comunicado citado pela agência Efe, grupos de vizinhos têm promovido nas redes sociais a convocatórias destes protestos "pela dignidade do Sul" (de Madrid) e para exigir mais investimentos nos seus bairros.
A maioria dos protestos estavam marcados para domingo às 12h00 locais (menos uma em Portugal Continental) nos bairros de Villaverde Bajo, Villaverde Alto, Puente de Vallecas, Villa de Vallecas, Carabanchel, Arganzuela e Ciudad Lineal-San Blas.
A partir desta segunda-feira (21), cerca de um milhão de pessoas de 37 áreas sanitárias, divididas por seis distritos da capital espanhola e outros sete municípios da região, estarão proibidas de sair dessas zonas, que concentram 13% da população e 25% dos contágios em Madrid, exceto para atividades imprescindíveis, como ir ao trabalho.
O limite das reuniões será reduzido de dez para seis pessoas, haverá uma redução geral das capacidades para 50% e um milhão de testes serão realizados para identificar pessoas infetadas pela Covid-19.
"São medidas que chegam mal e tarde, como sempre, e que não são suficientes. Se tivessem sido tomadas antes, acho que estaríamos melhor em Madri", disse Alejandro, de Villa de Vallecas, um dos bairros afetados.
Na opinião do morador, "se as pessoas continuarem a pegar o metrô para o trabalho apertadas como se estivessem em uma lata de sardinha, o contágio não vai parar".
Acabar com a precariedade dos serviços de saúde é uma necessidade para estes bairros, como denunciou à Agência Efe outra moradora, Mery, que lamenta que não tenham sido feitos esforços mais firmes para fortalecer as equipes de saúde e adverte sobre o estigma que pode ocorrer contra as pessoas que vivem em áreas isoladas.
"O que deveriam ter feito era aumentar os cuidados com a saúde e aumentar o transporte público. A saúde tem sido sobrecarregada durante todo o verão e ninguém foi contratado", insistiram vários manifestantes.
O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, assegurou no sábado (19), que não prevê um novo confinamento total de Espanha e garantiu que se reúne na segunda-feira com a presidente da comunidade madrilena apenas para ajudar e não para tutelar.
Sánchez confia que as medidas que o governo vai colocar em marcha a partir de amanhã são as corretas e adiantou que o executivo continuará a ajudar todas as comunidades autónomas, especialmente a de Madrid.
"A minha mensagem é que o governo vai na segunda-feira à Puerta del Sol [sede do governo madrileno] para ajudar, apoiar. Não vamos julgar, nem avaliar", sublinhou.
Nesta linha, o governante insistiu que vai colocar à disposição todos os recursos do Estado para voltar a achatar a curva de Covid-19 em Madrid, que continua a ser a comunidade autónoma com o maior número de infeções em Espanha.
Os últimos dados oficiais, divulgados na sexta-feira (18), colocam Madri à frente das regiões espanholas mais afetadas pelo vírus, com 1.553 novos casos registrados em 24 horas, e como uma das capitais mais afetadas pela pandemia no mundo.
Comments