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EUA: Apesar das incertezas Biden mantém favoritismo

Apesar de os resultados das eleições presidenciais dos EUA ainda parecerem muito incertos, analistas consultados pela agência Lusa continuam a dar o favoritismo a Biden que as sondagens anteciparam.

"Se a meio da noite, a vitória de Trump parecia um 'déjà-vu' de 2016, a verdade é que à medida que vão sendo contados os votos nos estados do Midwest, sobretudo no Wisconsin e Michigan, os democratas ficaram com melhores perspetivas de vitória", explica Nuno Gouveia, especialista em política norte-americana.

Idêntica perspetiva tem Jennifer Logan, professora de Ciência Política na Universidade de George Washington, que recorda que em alguns estados decisivos, particularmente na Pensilvânia, ainda falta contar os boletins enviados por correio, que serão predominantemente de eleitores democratas, segundo os estudos.

"Mas não sabemos a dimensão desses votos. Essa é a incógnita determinante. Contudo, se entrarmos no jogo de probabilidades, as apostas estão do lado de Biden", disse Logan, sem excluir a hipótese de esses votos que faltam poderem agora ser contestados em longos litígios nos tribunais.

Por outro lado, diz Nuno Gouveia, o facto de o desfecho destas eleições estar a ser mais disputado do que as sondagens indicavam "é já uma vitória de Donald Trump, que era considerado derrotado por muitos dos analistas".

Trump conseguiu conter as primeiras probabilidades de vitória fácil de Biden, ao manter a Florida e o Texas, dois estados com um volumoso número de delegados no Colégio Eleitoral, do lado republicano.

Mas, a partir de agora, os caminhos de vitória que restam ao Presidente republicano são mais apertados, em particular a partir do momento em que Biden venceu no Arizona.

"Neste momento (madrugada nos EUA) ainda existe a possibilidade de o estado da Geórgia cair para o lado de Biden, o que tornará a sua vitória mais provável", diz Nuno Gouveia, embora Jennifer Logan contraponha que esse ganho pode ser anulado por Trump, se o republicano mantiver a vantagem que para já os números indicam nos três estados que parecem ser fundamentais: Pensilvânia, Michigan e Wisconsin.

"Mas tudo pode ainda terminar nos tribunais, num cenário de pesadelo político semelhante ao de 2000 (nas eleições entre o democrata Al Gore e o republicano George W. Bush) e passar mesmo para o Congresso. Não foi por acaso que, nas últimas horas, a líder democrata da câmara de representantes (Nancy Pelosi) veio dizer que está preparada para todos os cenários", lembrou Jennifer Logan.

Independentemente do resultado final, Nuno Gouveia está preocupado com a forma como os Estados Unidos sairão destas eleições.

"O próximo Presidente dos Estados Unidos vai continuar a presidir a uma América dividida e polarizada. Por um lado, os republicanos devem conseguir manter a maioria do Senado, enquanto os Democratas devem manter a maioria na câmara de representantes", acredita Gouveia.

"Estas eleições acentuaram a divisão dos americanos em dois grandes blocos com visões radicalmente diferentes, podendo continuar nas ruas com o clima de crispação que existe", conclui Nuno Gouveia, avisando para a incógnita que será o comportamento do Presidente nos próximos dias.

"Falta ainda saber como se comportarão os apoiantes mais radicais de cada um dos candidatos, quando souberem que ganhou o adversário. Se eu fosse um dos lojistas em Washington, não tirava para já os taipais das montras", aconselha Jennifer Logan.

270 é o número mágico de delegados ao Colégio Eleitoral que os candidatos têm de garantir para cantar vitória. Com sete estados por apurar, Joe Biden precisa de garantir menos delegados, mas Donald Trump vai à frente em estados.

Joe Biden tem garantidos 238 delegados ao Colégio Eleitoral. Donald Trump já conquistou 213.

Para assegurarem uma maioria, os candidatos à Casa Branca têm de conseguir 270 delegados. A corrida ameaça transformar-se numa maratona de dias, com o desfecho final dependente dos sete estados que faltam apurar. Biden precisa de mais 32 grande eleitores, Trump de 57.




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