Israel: Confinamento total
- Adeildo Velôso da Silva
- 14 de set. de 2020
- 2 min de leitura
País registra 153.759 casos confirmados e 1.108 mortes pela doença até este domingo (13), segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.

O governo de Israel aprovou hoje um confinamento total de três semanas a partir de 18 de Setembro para travar a segunda onda do coronavírus, que atingiu um dos índices de mortalidade mais elevados do mundo na última semana.
O governo impôs limites à circulação de pessoas e às reuniões em grupo em todo o país. Entre as medidas está a proibição de os israelenses se afastem por mais de 500 metros de casa (haverá permissão para ir a locais de trabalho, com limitações, porém). As reuniões devem se limitar a, no máximo, 10 pessoas em ambientes fechados e 20 em ambientes abertos.
"O governo decidiu hoje aplicar um confinamento estrito de três semanas, com a opção de prorrogar a medida", declarou o primeiro-ministro de Israel. O país se torna a primeira economia desenvolvida a tomar tal medida para conter uma segunda onda de infecções.
O governo ainda deve dar detalhes sobre a realização de cerimônias religiosas. Permanecem abertos mercados, farmácias e o aeroporto internacional de Tel Aviv. Já escolas e shoppings serão fechados.
"Mas só se cumprirmos as regras, e confio que o faremos, derrotaremos o vírus", acrescentou, antes de entrar no avião que o levará a Washington, nos Estados Unidos, para assinar, no dia 15 de Setembro, na Casa Branca, os acordos de estabelecimento de laços diplomáticos com os Emirados Árabes Unidos e o Baréin.
A decisão de aplicar um novo confinamento foi alcançada após uma reunião dos ministros do Governo, que durou mais de sete horas e que, segundo os meios locais, provocou gritos e acusações cruzadas, esteve marcada também pela demissão do ministro da Construção e Habitação, o ultraortodoxo Yaakov Litzman, além de vários ministros que alertaram para os danos que o confinamento vai provocar na economia.
Na semana passada, autoridades impuseram um toque de recolher em cerca de 40 cidades israelenses, principalmente nas localidades árabes e ultraortodoxas, com o objectivo de conter a propagação da Covid-19. Isso, porém, não impediu o aumento no número de casos da doença.
Às vésperas das festas judaicas, o país enfrentou nos últimos dias um debate entre defensores de um confinamento parcial e de um geral.
O governo optou não apenas pelo confinamento geral, mas também estendeu a medida por três semanas, alcançando as festas judaicas, para tentar conter a propagação da doença em um período em que as famílias costumam se reunir em casa e nas sinagogas.
Segundo dados compilados pela AFP, Israel foi o segundo país com maior número de casos per capita nas últimas semanas, atrás do Barein, seu novo aliado, com qual assinará esta semana um acordo de normalização das relações.
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