Itália: Um morto e 17 desaparecidos devido ao mau tempo
- Adeildo Velôso da Silva
- 3 de out. de 2020
- 3 min de leitura
Um bombeiro morreu na sequência da queda de uma árvore e 17 pessoas estão desaparecidas devido às inundações causadas pelo mau tempo no norte de Itália, especialmente na região de Piemonte, onde se concentra o maior número de danos.

Em Piemonte estão 11 pessoas desaparecidas, dez delas na zona de Cuneo e outra na zona de Vercelli, depois do carro em que seguiam ter sido arrastado pelas águas do rio Sesia, que transbordou segundo a agência de notícias espanhola Efe.
Um bombeiro voluntário, Rinaldo Challancin, de 53 anos, morreu em Arnad (Aosta) quando estava a ajudar a limpar uma área de vegetação e uma árvore caiu sobre si.
Entre os desaparecidos estão três voluntários de uma cooperativa de Cuneo, que viajavam a bordo de uma carrinha em Val Roya, e um pastor que aparentemente foi arrastado por um riacho.
Há ainda seis caminhantes alemães que estão a ser procurados na zona de Valle Gesso, em Piemonte.
Também está desaparecido em Valsesia um jovem de cerca de 20 anos que circulava pela estrada entre Doccio e Crevola, na zona de Vercelli, que desmoronou parcialmente.
As chuvas diárias registadas em Piemonte ultrapassaram o recorde de 1958, segundo a Agência Regional para a Proteção do Meio Ambiente.
O presidente da região do Piemonte, Alberto Cirio, apelou ao governo que declarasse o estado de emergência, garantido que "em algumas zonas os autarcas queixam-se de danos causados pelas inundações em 1994".
A localidade de Limone, um centro turístico nos Alpes, na fronteira com a França, está isolada, não tem eletricidade, nem água, muitas áreas estão completamente inundadas e alguns edifícios tiveram de ser desocupados, descreve a Efe.
"Estou em contacto permanente com o chefe da Proteção Civil, Angelo Borrelli, devido à situação de mau tempo no Noroeste. Estamos a assegurar uma vigilância contínua, em plena coordenação com os territórios afetados, com especial atenção para o Valle de Aosta, Piemonte e Ligúria. A atenção do governo é máxima", escreveu o primeiro-ministro Giuseppe Conte no Facebook.
Estão também a ocorrer fortes inundações na região de Liguria, em particular em Ventimiglia, enquanto foram registadas rajadas de vento de mais de 100 quilómetros por hora na zona de Bérgamo.
As chuvas torrenciais provocaram deslizamentos de terra, levando ao encerramento de várias estradas provinciais e a circulação ferroviária teve de ser suspensa entre as cidades de Vercelli e Novara, devido ao transbordo da Sesia.
Em Veneza, moradores e turistas se reuniram para observar pela primeira vez o acionamento do novo sistema de diques móveis para proteger a cidade das inundações, o fenômeno conhecido como "acqua alta", uma maré alta anormal que provoca inundações até na famosa praça de São Marcos.
Diante da enchente provocada pelas chuvas, as autoridades de Veneza decidiram elevar a barreira de diques móveis para impedir a entrada do mar na lagoa e evitar assim as inundações na cidade, formada por 118 ilhas.
"A praça de São Marco não foi inundada até o momento", anunciou no fim da manhã o capitão Marco Nobile, da Guarda Costeira, ao canal RaiNews24.
O sistema foi testado com sucesso pela primeira vez em julho.
O sistema de "impermeabilização" de Veneza, conhecido com o nome Mose (Moisés), com 78 comportas, tem o objetivo de proteger o imenso patrimônio artístico da cidade.
Veneza é vítima com frequência da "acqua alta", que inunda dezenas de lojas, hotéis e monumentos, assim como a famosa praça bizantina de São Marcos, como aconteceu em novembro do ano passado, quando a cidade sofreu uma das piores inundações da história.
Os venezianos tentam se recuperar tanto da crise provocada no turismo pela pandemia de coronavírus como pela dramática maré alta de novembro, quando o nível das águas atingiu 187 centímetros, o segundo maior nível histórico, depois de 4 de Novembro de 1966 (194 centímetros), que inundou 80% da cidade.
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