NASA: Como são os planos para levar a primeira mulher à Lua até 2024
- Adeildo Velôso da Silva
- 24 de set. de 2020
- 3 min de leitura
A Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, traça formalmente seu plano de US$ 28 bilhões para retornar astronautas à Lua até 2024, incluindo a primeira mulher.

A Nasa partilhou no seu site oficial os planos da Artemis, missão que tem como objetivo levar a primeira mulher à Lua em 2024. Mais do que um regresso ao nosso satélite natural, esta missão pretende ser um dos primeiros passos para um dia levar astronautas a Marte.
Como parte de um programa chamado Artemis, a Nasa enviará um homem e uma mulher no primeiro pouso com humanos desde 1972.
Os astronautas viajarão em uma cápsula parecida com a da missão Apollo, chamada Orion, que será lançada em um poderoso foguete chamado SLS.
"Os US$ 28 bilhões representam os custos associados aos próximos quatro anos no programa Artemis para pousar na Lua. Financiamento do SLS, financiamento da Orion, do sistema de pouso humano e, claro, dos trajes espaciais — todas as coisas que fazem parte do programa Artemis estão incluídas", disse nesta semana o administrador da Nasa, Jim Bridenstine.
Mas ele explicou: "O pedido de orçamento que temos diante da Câmara e do Senado agora inclui US$ 3,2 bilhões para o sistema de pouso humano em 2021. É extremamente importante que a gente consiga esses US$ 3,2 bilhões."
A Câmara dos Deputados dos EUA já aprovou um projeto de lei alocando US$ 600 milhões (R$ 3,2 bi) para o módulo lunar. Mas a Nasa precisará de mais fundos para desenvolver o veículo por completo.
No momento desta entrevista, havia 12 astronautas ativas. Desde então, juntaram-se a elas outras cinco astronautas da Nasa que se formaram no curso de treinamento no início deste ano. Mas ainda não está claro se elas poderiam cumprir os critérios a tempo de voar na primeira missão de pouso em 2024.
Questionado sobre o cronograma para a escolha de membros da tripulação da Artemis, o chefe da Nasa disse que esperava selecionar uma equipe pelo menos dois anos antes da primeira missão.
No entanto, ele disse: "Acho que é importante começarmos a identificar a equipe Artemis mais cedo... principalmente porque acho que vai servir como uma fonte de inspiração."
Ao enviar astronautas de volta à Lua, a Casa Branca quer renovar a liderança americana no espaço. Também há planos para extrair depósitos valiosos de gelo de água do Polo Sul lunar. Eles poderiam ser usados para fazer combustível para foguetes na Lua (a um custo menor do que transportá-los da Terra), servindo como base para uma economia lunar.
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, também citou preocupações sobre as ambições de viagens espaciais da China. Em janeiro de 2019, a superpotência asiática se tornou a primeira nação a pousar suavemente um robô no outro lado da Lua. O país está se preparando para sua primeira missão de entregar amostras de solo lunar para laboratórios na Terra.
A chefe de voo espacial humano da Nasa, Kathy Lueders, disse que a Artemis-1 duraria cerca de um mês para testar todos os sistemas críticos. Segundo ela, o voo de demonstração reduziria o risco para a Artemis-2, que repetirá a viagem ao redor da Lua com astronautas.
Um novo teste foi acrescentado a esta missão: uma demonstração de operações de proximidade. Logo após a Orion se separar do estágio superior do foguete SLS (conhecido como estágio de propulsão criogênica provisória), os astronautas pilotarão manualmente a espaçonave conforme se aproximam e se afastam do satélite da Terra.
Isso permitirá avaliar as qualidades de manuseio da Orion, junto com o desempenho de hardware e software da espaçonave.
A Nasa alocou US$ 967 milhões para contratar empresas que trabalhem em projetos do veículo de pouso que os levará até lá.
Mais para o fim da década, o plano prevê que a Nasa estabeleça uma base para humanos, chamada de acampamento-base de Artemis, que incluiria a infraestrutura necessária para a exploração da lua a longo prazo.
Em comparação com a Artemis, o programa Apollo nas décadas de 1960 e 1970 custou mais de US$ 250 bilhões em valores ajustados pela inflação.
No entanto, os US$ 28 bilhões para este novo plano não incluem o dinheiro já gasto no desenvolvimento da espaçonave Orion e do foguete Sistema de Lançamento Espacial (SLS).
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