Paris: Republicação do Charlie Hebdo motivou ataque
- Adeildo Velôso da Silva
- 26 de set. de 2020
- 2 min de leitura
O principal suspeito do ataque de sexta-feira (25) junto às antigas instalações de Charlie Hebdo, em Paris, um jovem paquistanês de 18 anos, confessou hoje a autoria do ato, justificando-o com a republicação deste jornal satírico.

Fontes ligadas à investigação informaram hoje que este principal suspeito, de 18 anos e que afirma ter nascido no Paquistão, "assumiu a responsabilidade pelo seu ato, colocando-o no contexto da republicação de caricaturas [do profeta Maomé pelo jornal], algo que não conseguia suportar".
O novo ataque ocorreu na sexta-feira pelas 11h45 locais na rua Nicolas Appert, junto ao edifício que albergou a redação do Charlie Hebdo, e surgiu depois de, há cerca de duas semanas, a Al Qaida ter voltado a ameaçar a redação da revista satírica francesa por reeditar as caricaturas do profeta Maomé.
Isto enquanto decorre o julgamento de suspeitos no envolvimento do atentado à publicação, de Janeiro de 2015.
O alegado autor do ataque desta sexta-feira de manhã, que já é conhecido das autoridades por pequenos delitos e posse ilegal de arma, foi detido pouco tempo depois na Praça da Bastilha, a pouca distância do local do crime.
Além do principal suspeito, foram já detidas outras seis pessoas pelas autoridades francesas antiterrorismo por alegada ligação ao ataque, que fez dois feridos graves.
As duas vítimas são jornalistas (um homem e uma mulher) da produtora de documentários PLTV e não correm perigo de vida, de acordo com as autoridades.
Um dia após o ataque em Paris em frente à antiga sede do Charlie Hebdo, o principal suspeito "assumiu seu ato", que vinculou à republicação das caricaturas do profeta Maomé por parte do semanário satírico.
O suspeito pensava que os cidadãos que atacou eram funcionários da revista satírica, acrescentou a mesma fonte.
A polícia prendeu, neste sábado a mais outras duas pessoas, o irmão do do principal suspeito e outro conhecido, indicou uma fonte judicial, o que elevou o número de detidos por este "ato terrorista" para nove. Uma fonte judicial afirmou que outra pessoa que permanecia presa, um argelino de 33 anos, foi liberado por não estar vinculado ao ataque. Cinco dos detidos estavam em um dos supostos domicílios do suposto agressor, em Pantin, um subúrbio de Paris.
O presidente Emmanuel Macron defendeu a publicação das novas charges de Maomé. Ele argumentou que a França é um país que respeita a liberdade de imprensa. Já a al-Qaeda ameaçou a França de novos ataques, como resposta.
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