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Portugal: Número de mortes no surto de legionella na região Norte aumenta para seis

A origem do surto ainda não foi detetada mas pelo menos 64 pessoas foram infetadas pela bactéria que causa a doença dos legionários.

O número de mortes devido ao surto de ‘legionella' que está afetar os concelhos de Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Matosinhos aumentou hoje para seis, divulgou à Lusa fonte de Administração Regional de Saúde do Norte.

A mais recente vítima mortal registou-se hoje no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, onde, de acordo com fonte dessa unidade, já ocorreram no total 4 óbitos e mantêm-se 20 pessoas internadas, mais duas em relação a segunda-feira.

Também no Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim aumentou o número de internamentos devido à doença, com mais dois casos diagnosticados, elevando para 13 o número de pessoas que estão a receber assistência na unidade, onde já se registaram duas mortes, confirmou, também, fonte da unidade poveira.

No total, e segundo fonte da Administração Regional de Saúde do Norte, já se registaram, desde o início do mês, 56 casos de 'legionella' em concelhos da região Norte, sendo que a origem do surto ainda está por determinar.

A doença do legionário, provocada pela bactéria 'Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

O que é a Legionella? É uma bactéria do género Legionella, capaz de causar uma pneumonia conhecida como Doença dos Legionários. Estas bactérias existem em ecossistemas naturais de água doce e quente. Encontram-se frequentemente em nichos ecológicos criados pelo homem: redes de água predial, equipamento de climatização (sistemas de ar condicionado), instalações termais, fontes e outras capazes de formar aerossóis (crescem e multiplicam-se a uma temperatura óptima entre os 35˚C e 45˚C). Imagem Wikipédia

Como ocorre a sua transmissão e infecção?

Não existe transmissão pessoa a pessoa, nem pela ingestão de água contaminada.

A infecção ocorre por inalação (via respiratória) de aerossóis contaminados pela bactéria, através dos chuveiros domésticos, torres de arrefecimento, sistemas de climatização, instalações termais, saunas e jacuzzis.

A inalação de gotículas contaminadas pode chegar aos pulmões dando início à infecção. A ocorrência de infecção depende de vários factores: concentração e virulência da estirpe e factores de risco do hospedeiro.

Quais são os sintomas e as doenças causadas por esta bactéria?

Estas infecções podem cursar sem sintomas ou com sintomas.

Os sintomas são inespecíficos: astenia, náuseas, tosse, dificuldade respiratória, febre alta, dores musculares e dores de cabeça.

No caso da forma menos severa – Febre de Pontiac – Os doentes não têm pneumonia e os sintomas podem durar 2 a 5 dias.

No caso da forma mais grave – Doença dos Legionários – os doentes têm pneumonia e os sintomas duram 2 a 14 dias.

Quais são os grupos de risco?

Quando infectados por Legionella, os grupos mais predispostos à infecção grave, são:

  • Pessoas com mais de 50 anos;

  • Fumadores regulares;

  • Pessoas com doenças pulmonares crónicas (DPCO e enfisema);

  • Doentes com sistema imune debilitado por doença oncológica, renal ou diabetes;

  • Doentes que tomam medicação para suprimir (enfraquecer) sistema imunitário (transplantados, quimioterapia).

E nas crianças?

A Legionella não é um microrganismo proeminente, nas crianças com pneumonia.

Os casos de infecção por Legionella nas crianças são muito raros.

Existe alguma vacina?

Não existe nenhuma vacina para prevenir a doença.

A prevenção com antibióticos também não é eficaz.

Como é feito o diagnóstico da Doença dos Legionários?

A maioria das pessoas com doença dos Legionários apresenta uma pneumonia grave (infecção dos pulmões) sendo que a Legionella cresce e multiplica-se nos pulmões. A pneumonia é confirmada por exames radiológicos/imagiológicos (radiografia aos pulmões), pelo exame objectivo ao doente e por exames laboratoriais.

Podem ser realizados vários exames laboratoriais para detectar a Legionella.

O exame laboratorial mais comum e mais usado é a detecção de constituintes da bactéria numa amostra de urina (antigenúria) através de anticorpos específicos. É um teste de execução rápida, bastante sensível e específico.

Um teste de urina positivo para a Legionella, num doente com pneumonia, confirma o diagnóstico de Doença dos Legionários.

Outros testes mais demorados e que não são utilizados por rotina, também confirmam a Doença dos Legionários:

  • O crescimento da bactéria Legionella, em exames culturais adequados, a partir de amostras respiratórias (expectoração e outros)

  • A presença de níveis crescentes de anticorpos em amostra de sangue colhidas logo após os sintomas e durante a recuperação (duas amostras com um intervalo de 10 dias).

Existe tratamento?

Sim, o tratamento é feito com antibióticos.

O que é um surto?

É um termo epidemiológico para designar um número de casos de infecção acima do normal em doenças infecto-contagiosas ou de saúde pública.

O surto ocorre em locais circunscritos (instituições, escolas, domicílios, cozinhas colectivas, edifícios, bairros ou comunidades) associado à hipótese de que tiveram, um factor comum entre eles:

  • A mesma fonte de infecção ou contaminação;

  • O mesmo factor de risco;

  • O mesmo quadro clinico;

  • Ocorrência em simultâneo.

Devo estar preocupado com este surto?

O surto está relacionado com três freguesias no sul do Concelho de Vila Franca de Xira: Vialonga, Forte da Casa e Povoa de Santa Iria.

Se reside ou esteve na área delineada e apresenta os sintomas descritos deverá entrar em contacto com o seu médico assistente ou contactar a Linha de Saúde 808 24 24 24 disponibilizada para o efeito.

Que medidas preventivas devo tomar?

A Direcção Geral de saúde aconselha, nas zonas afectadas, que se tomem medidas preventivas: preferir banhos de imersão a banhos de chuveiro, evitar o uso de água quente e a grande pressão.

Como medida de prevenção as cabeça do duche devem ser desinfectadas por imersão em solução de água com lixívia, durante 30 minutos, uma vez por semana.

Nos termoacumuladores a água deve estar regulada para 75ºC.

Evitar também saunas, hidromassagens e jacuzzis.

A água da torneira pode ser bebida e utilizada para cozinhar.

Graça Freitas deixa “uma palavra tranquilidade”

Questionada ontem na conferência regular de atualização dos números da COVID-19 sobre o surto de ‘legionella’, Graça Freitas começou por afirmar que, apesar de haver “uma epidemia de covid, as outras doenças continuam a manifestar-se e o sistema ainda bem que as consegue detetar”. “A doença dos legionários é uma doença sazonal, está na altura de termos este tipo de doença, e o que nós constatamos é que desde o dia 29 do mês passado na região Norte foram notificados 64 casos de doença dos legionários”, adiantou.

Graça Freitas adiantou que, investigados esses casos, parece que 46 deles pertencem ao mesmo grupo e estão localizados na região litoral da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, “o que indica ou indicará uma fonte comum”.

Sobre o facto de a doença atingir pessoas mais velhas, explicou que esta doença se caracteriza por isso e também por atingir mais homens do que mulheres.

A diretora-geral da Saúde quis deixar “uma palavra tranquilidade” a todas as pessoas desta região: “esta não é uma doença que se contagia, não passa de uma pessoa para outra pessoa. Passa-se por fontes ambientais, por aerossolização desta bactéria que se chama ‘legionella’ e por inspiração ou inalação”.


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