Portugal: PJ desmantela base logística da Resistência Galega
- Adeildo Velôso da Silva
- 19 de out. de 2020
- 2 min de leitura
A Polícia Judiciária desativou, em Coimbra, uma base logística do grupo independentista Resistência Galega, onde apreendeu "um importante" espólio de material usado nas atividades da organização, anunciou hoje a Direção Nacional daquela força de investigação criminal.

A operação da Polícia Judiciária decorreu em articulação com o DIAP Regional de Coimbra, "no quadro de uma operação policial da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT), da Diretoria do Centro da Polícia Judiciária (PJ), integrando peritos do Laboratório de Polícia Científica, e em estreita cooperação com a Guarda Civil".
Em comunicado, a PJ já confirmou também, adiantando que "foi apreendido vasto material probatório, correlacionado com as atividades terroristas levadas a cabo por este grupo independentista, destacando-se, inúmeros utensílios utilizados na fabricação de engenhos/artefactos explosivos, nomeadamente relógios, temporizadores e telemóveis preparados como dispositivo de ativação remota de cargas explosivas; dispositivos pirotécnicos e engenhos explosivos improvisados, uma carga total de aproximadamente 30 kg pólvora, livros, apontamentos manuscritos e manifestos de propaganda dos ideais da Resistência Galega".
A PJ revela que se "apreendeu ainda uma panela de pressão, para confinamento de carga explosiva, igual às usadas por este grupo terrorista em diferentes atentados, bem como material utilizado para falsificação de documentos, como carimbos de instituições públicas espanholas e plastificadoras a quente".
Adianta ainda que "o material apreendido foi remetido à Autoridades espanholas, devidamente acondicionado".
"Este grupo independentista foi responsável, entre 2005 e 2011, por mais de 35 ataques com explosivos, em diferentes zonas de Espanha", não havendo vítimas a registar, informou a PJ, em comunicado.
As ações do grupo provocaram "avultados danos materiais em diversos edifícios públicos e privados", tais como sedes de partidos políticos e agências bancárias, causando "enorme alarme social", de acordo com a mesma fonte.
A Resistência Galega, em 2014, foi considerada pelo Supremo Tribunal de Justiça espanhol, um grupo terrorista, referiu a PJ.
Desde 2006 que os líderes da organização viviam na clandestinidade, tendo sido detidos pelas autoridades espanholas em Junho de 2019. Aguardam ainda julgamento, em prisão preventiva.
No dia 09 de Novembro de 2019, após partilha de informações e cooperação policial entre os dois estados, foi localizado um imóvel em Coimbra, associado aos líderes da Resistência Galega e utilizado como "casa de recuo."
Durante a investigação, além das ligações logísticas a território nacional, não foi identificada qualquer outra ligação efetiva ou envolvimento direto de cidadãos nacionais na Resistência Galega, precisou a Judiciária.
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