Portugal: Primeiro-Ministro deixa recado sobre natal
- Adeildo Velôso da Silva
- 15 de out. de 2020
- 3 min de leitura
"Não podemos estar impávidos a assistir a um aumento dos números e não reagir", diz o primeiro-ministro, quando questionado sobre as medidas que foram aprovadas, na quarta-feira, em sede de Conselho de Ministros. "Seria irresponsável da minha parte assistir à evolução da pandemia e não agir", disse Costa.

"Os mais antigos que se lembram de ver o Carlos Lopes e a Rosa Mota a ganhar as maratonas, lembram-se do que era assistir, durante aquelas duas horas, ao combate quilómetro a quilómetro para chegar aos 42 quilómetros da maratona. É um combate assim que temos de continuar até termos uma vacina". Foi com esta analogia que António Costa voltou a reforçar, junto dos jornalistas, em Bruxelas, onde vai apresentar o Programa de Resiliência para os próximos anos, o caminho que há a percorrer para voltar a contrariar o aumento dos números da pandemia em Portugal, que na quarta-feira levou a que o número de novos casos ascendesse aos dois milhares.
O primeiro-ministro afirmou que há duas formas de controlar a pandemia: "ou repetir o que fizemos em março e Abril que é paralisar um conjunto de atividades" ou a "alteração dos nossos comportamentos".
O primeiro-ministro, António Costa, disse esta quinta-feira que é necessário "estancar" o crescente aumento do número de casos da Covid-19, antes que a situação piore. Justifica, por isso, as medidas aprovadas pelo Conselho de Ministros com a necessidade de dar um "sinal".
"Os números têm vindo a crescer desde Agosto e a evolução que estamos a ter é grave. Isto necessita de um sinal, um sinal inequívoco de que temos de alterar os comportamentos", disse o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas em Bruxelas, à margem da entrega do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) à Comissão Europeia, acrescentando: "Não podemos aceitar ter de voltar a fechar as escolas".
"Não podemos estar impávidos a assistir a um aumento dos números e não reagir", diz o primeiro-ministro, quando questionado sobre as medidas que foram aprovadas, na quarta-feira, em sede de Conselho de Ministros. "Seria irresponsável da minha parte assistir à evolução da pandemia e não agir", disse Costa.
Sobre a app StayAway Covid, que o Governo quer que a utilização seja obrigatória, Costa afirma que "não há qualquer violação da proteção dos dados com as condições de anonimato que a aplicação tem".
"Ainda não chegámos à fase mais difícil do inverno", alertou ainda o primeiro-ministro, sublinhando a necessidade de manter a resposta do SNS, das atividades letivas e de evitar tomar medidas que agravem a crise económica e social.
Questionado sobre a adoção de medidas mais autoritárias, Costa respondeu: "Eu odeio ser autoritário, mas há uma coisa que temos de fazer: controlar esta pandemia. Se não a controlarmos agora daqui a umas semanas estaremos numa situação pior", alertou. "Temos de estancar neste momento", disse o primeiro-ministro.
Questionado pelos jornalistas se entende as críticas que têm sido feitas à proposta de lei do governo que a apelidam de autoritária, o primeiro-ministro responde retoricamente: "Pergunta-me se foi autoritário, também foi autoritário manter os bares encerrados, também é autoritário ter posto o encerramento de muitas empresas, também foi autoritário impedir as pessoas de circularem para fora do concelho no período da Páscoa. Nós teremos de ser tão menos autoritário quanto mais as pessoas aderirem voluntariamente".
"O Presidente da República já chamou à atenção, e bem, que as famílias têm de começar a pensar como se organizam para o Natal, já disse várias vezes que a pior coisa que podemos imaginar é adotar medidas tão drásticas como adotámos na Páscoa para evitar deslocações de um concelho para o outro", disse Costa, acrescentando: "Temos de ter consciência que não podemos chegar ao Natal com o risco de termos os níveis de contaminação que temos neste momento".
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