Prémio Nobel da Literatura entregue a Louise Glück
- Adeildo Velôso da Silva
- 9 de out. de 2020
- 2 min de leitura
Academia Sueca reconhece o trabalho da norte-americana, considerada uma das escritoras mais talentosas de sua geração. É a primeira mulher poeta a ganhar o Nobel desde a polonesa Wislawa Szymborska, em 1996.

O Prémio Nobel da Literatura foi entregue a Louise Glück, poetisa norte-americana de 77 anos, natural de Nova Iorque, anunciou, esta quinta-feira, anunciou hoje a Academia Sueca. Antes desta distinção, a autora já tinha vencido um Prémio Pulitzer, em 1993, e um National Book Award, em 2014, entre outras.
O prémio foi justificado pela sua "inconfundível voz poética que, com uma beleza austera, torna universal a existência individual". Além de poetiza, Louise Glück é professora de Inglês na Universidade de Yale.
“Em seus poemas, o eu ouve o que resta de seus sonhos e ilusões, e ninguém pode ser mais duro do que ela para enfrentar as ilusões do eu”, disse a Academia Sueca sobre Glück. Seus temas são a infância e a vida familiar, através da qual busca o universal. Os mitos e motivos clássicos são duas ferramentas presentes na maioria das suas obras para expressar essas sensações.
No anúncio do prémio, o secretário permanente da Academia Sueca, Mats Malm, disse ter falado momentos antes com a laureada, que recebeu a notícia "com surpresa, mas bem-vinda", tanto quanto foi possível perceber tendo em conta a hora.
Gluck, por publicar em Portugal, fez a sua estreia literária com 'Firstborn', em 1968, e foi "rapidamente aclamada como uma das mais proeminentes poetas na literatura contemporânea americana". Está representada na coletânea 'Rosa do Mundo - 2001 Poemas para o Futuro', da Assírio & Alvim (2001), com o poema 'O Poder de Circe'.
Numa lista de contemplados largamente masculina, Gluck torna-se na sétima mulher a ser distinguida este século e a 16.ª, desde o começo, entre as 117 pessoas a quem foi atribuido o Nobel da Literatura.
Contudo, a escritora Maryse Condé, natural de Guadalupe, território francês situado no mar das Caraíbas, a russa Lyudmila Ulitskaya, o japonês Haruki Murakami - um dos nomes recorrentes entre os favoritos -, a canadiana Margaret Atwood e o queniano Ngugi Wa Thiong'o, lideravam a lista dos mais cotados deste ano, segundo o Nicer Odds, 'site' que agrega as tendências das casas de apostas.
A favorita era mesmo Maryse Condé, uma autora negra, feminista e ativista, difusora da história e da cultura africana nas Caraíbas, conhecida por uma obra versátil - ficção histórica, contos, romances, ensaios, poemas, entre outros géneros -, que questiona as atrocidades cometidas durante e após o colonialismo.
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