Taiwan: China faz exercícios militares, durante visitas de autoridades dos EUA
- Adeildo Velôso da Silva
- 18 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Exército chinês alega que os exercícios militares no estreito de Taiwan são "necessários para enfrentar a atual situação" e "defender a unidade nacional".

A China informou, nesta sexta-feira (18), que iniciou exercícios militares perto de Taiwan, que recebe a visita de um funcionário de alto escalão do governo dos Estados Unidos.
Os chineses ainda enviaram 18 aeronaves para sobrevoar a ilha.
"O COMANDO OESTE DO EXÉRCITO DE LIBERTAÇÃO POPULAR ORGANIZOU PATRULHAS E MANOBRAS DAS FORÇAS NAVAIS E AÉREAS NO ESTREITO DE TAIWAN, PARA TESTAR O NÍVEL DAS OPERAÇÕES CONJUNTAS", disse o Ministério da Defesa chinês, em comunicado.
"Estas ações são necessárias para lidar com a situação atual no estreito de Taiwan, vão ajudar a melhorar a capacidade das tropas para defender a unidade nacional e a soberania territorial", indicou, na mesma nota.
As tropas "cumprem o seu dever e têm a confiança e determinação para derrotar qualquer força que planeie ou lance qualquer forma de atividade separatista em Taiwan", acrescentou.
Os 18 aviões chineses enviados a Taiwan são mais numerosos que os das aparições anteriores desse tipo, de acordo com Taipei.
O anúncio coincidiu com a visita do vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Keith Krach, que chegou na quinta-feira à ilha e onde fica até sábado.
A delegação dos Estados Unidos também é composta pelo secretário adjunto para a Democracia, Direitos Humanos e Emprego, Robert Destro.
A líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, tem prevista uma reunião com Krach hoje.
No sábado, a delegação norte-americana vai assistir à cerimónia em honra do antigo Presidente Lee Teng-hui, considerado o "pai" da democracia taiwanesa e recentemente falecido, cujas cinzas vão ser cobertas com a bandeira nacional.
O governo local mostrou um mapa da rota de voo dos aviões chineses na linha média do Estreito de Taiwan, que aeronaves de combate dos dois lados normalmente evitam atravessar.
O jornal taiwanês "Liberty Times" disse que caças de Taiwan foram acionados 17 vezes ao longo de quatro horas, alertando a Força Aérea chinesa a manter distância.
O jornal também mostrou uma foto de mísseis sendo instalados em um caça F-16 na base aérea de Hualien, no litoral leste de Taiwan.

Taiwan acionou caças, depois que 18 aeronaves chinesas sobrevoaram a ilha, cruzando a instável linha média do Estreito de Taiwan.
Apesar de a visita ter sido preparada de forma discreta pelo Governo dos EUA, o Governo chinês decidiu responder com exercícios militares junto da costa de Taiwan, em plena escalada de tensões entre Washington e Pequim.
Hoje mesmo, o Departamento de Comércio anunciou que vai proibir a utilização de duas aplicações tecnológicas chinesas, a TikTok e WeChat, alegando razões de "segurança nacional", explicando que receiam que as empresas que gerem essas redes sociais podem transmitir dados de norte-americanos para o Partido Comunista Chinês.
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