UE: recusa reconhecer Lukashenko como presidente da Bielorrússia
- Adeildo Velôso da Silva
- 25 de set. de 2020
- 2 min de leitura
A União Europeia recusa reconhecer Alexandre Lukashenko como presidente da Bielorrússia, apesar da tomada de posse inesperada, apontando para os "resultados falsificados" da eleição de Agosto e a "falta de qualquer legitimidade democrática", disse o chefe da diplomacia europeia.

"A eleição de 9 de Agosto não foi livre nem imparcial. A União Europeia não reconhece os resultados falsificados. Por isso, a suposta posse realizada no dia 23 de setembro e o novo mandato de Alexander Lukashenko não têm nenhuma legitimidade democrática", diz comunicado do organismo.
Lukashenko enfrenta desde a eleição presidencial de 9 de Agosto um desafio sem precedentes, com dezenas de milhares de pessoas a cada domingo nas ruas de Minsk para protestar contra sua reeleição, considerada fraudulenta.
Borrell reiterou que as eleições "não foram livres nem justas".
"A posição da UE é clara: os cidadãos bielorrussos merecem o direito de ser representados por aqueles que escolherem livremente através de eleições novas, inclusivas e transparentes", disse Borrell.
O chefe da diplomacia europeia destacou a solidariedade com os cidadãos bielorrussos e apoiou o seu direito de eleger um presidente sob a supervisão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Borrell também reiterou que espera que as autoridades bielorrussas cessem imediatamente os atos de repressão e violência e libertem imediata e incondicionalmente os detidos, incluindo presos políticos.
O porta-voz do governo da Alemanha, Steffen Seibert , disse na quarta que o país não reconhece Lukashenko como presidente da Belarus, mesmo com a cerimônia. O Ministério da Relações Exteriores da Alemanha tem se esforçado para que a UE aplique sanções a Belarus assim que possível.
Alexander Lukashenko prestou juramento na quarta-feira (23) em cerimônia que foi mantida em segredo até o último momento por causa da onda de protestos antigovernamentais.
Os meios de comunicação independentes e as plataformas da oposição já haviam mencionado a possibilidade de uma cerimônia secreta depois que o cortejo presidencial foi observado percorrendo a cidade em alta velocidade. A principal avenida de Minsk, capital do país, foi fechada e um grande dispositivo policial foi mobilizado.
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