Venezuela: Maduro diz que seu filho participará de testes com a vacina russa
- Adeildo Velôso da Silva
- 5 de out. de 2020
- 2 min de leitura
Primeiro lote da vacina russa Sputnik V chegou ao país na sexta-feira (2). Duas mil pessoas serão incluídas em ensaios clínicos no país, segundo ministro da Saúde venezuelano.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse ontem que seu filho participará dos testes clínicos previstos no país caribenho da vacina russa contra o novo coronavírus, a Sputnik V.
"Nesta fase clínica de testes, meu filho, Nicolás Ernesto Maduro Guerra, me informou a decisão de se vacinar com a vacina russa, de se incorporar à prova. Acho muito bom", expressou o chefe de Estado socialista durante um programa transmitido pela TV estatal VTV. A irmã do presidente também será voluntária nos testes.
Maduro Guerra, de 30 anos, é político e integra, assim como seu pai, o governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Um primeiro lote de vacinas Sputnik V chegou ao país na sexta-feira (2). Duas mil pessoas serão incluídas em ensaios clínicos, segundo ministro da Saúde venezuelano, Carlos Alvarado.
A Rússia se tornou em 11 de Agosto no primeiro país a aprovar uma vacina contra a covid-19, batizada Sputnik V em homenagem ao primeiro satélite lançado no espaço, em 1957, mas o anúncio foi recebido com desconfiança. Atualmente, desenvolve a fase 3 dos testes (etapa de testes em humanos), na qual, segundo Moscou mais de 40.000 voluntários são vacinados.
Já em Agosto, o governo Maduro tinha anunciado que a Venezuela se integraria a esta fase. "Quando estiver encerrada toda a fase científica, clínica, de testes, virá a vacinação voluntária (...) Assim que começarmos a vacinação em massa (...), eu serei o primeiro a tomá-la", afirmou Maduro.
A Rússia é um dos principais aliados de Maduro frente à pressão internacional liderada pelos Estados Unidos, que querem retirá-lo do poder por considerar fraudulenta sua eleição. Washington apoia o líder parlamentar opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por meia centena de países.
"Usam nosso povo como cobaias", criticou Guaidó, ao comentar a decisão de incluir a Venezuela nos testes com a vacina russa.
Segundo números oficiais, contestados pela oposição e organizações como a Human Rights Watch, até este sábado (3) o país de 30 milhões de habitantes tinha 77.646 casos confirmados e 649 mortes.
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